Ando com bastante tempo pra ler, já que passo em média 1h por dia dentro do metrô, indo e vindo do trabalho. Boto uma música agradável, pego um bom livro, tento ignorar o calor, aproveito a viagem. Em suma, nos últimos meses li bastante coisa, vou falar de alguns dos livros por aqui, de pouco em pouco.

Capa de Lord of the Flies
O senhor das moscas (Lord of the Flies), William Golding, 1954
Prosseguindo a idéia de ler autores e livros famosos da língua inglesa, me aventurei a pegar esse livro de 1954 do britânico William Golding. Eu já tinha ouvido falar do livro, o nome não me era estranho, mas não tinha a menor idéia do que se tratava. A capa dá a impressão de ser uma história de terror. Que nada. É um livro sobre crianças.
Um avião que carregava um grupo de crianças cai em uma ilha deserta. Todos os adultos morrem (aparentemente só havia o piloto de adulto), as crianças tem de aprender a se cuidar sozinhas. Há grupos de meninos “mais velhos” (10 ou 11 anos) e os “pequenos” (4 ou 5 anos). Os mais velhos rapidamente assumem o comando e tentar formar sua pequena sociedade na ilha, com direito a reuniões, líderes e trabalhos em conjunto. Eles acendem uma fogueira, comem dos frutos das árvores e, no geral, passam o tempo brincando no que parece um paraíso perdido.
Um dia, um dos meninos desaparece. Comeca a correr a história de que há um monstro na ilha. Os pequenos se desesperam e têm pesadelos a noite. Os grandes ficam divididos, alguns com medo do monstro, alguns querendo ir caçá-lo e alguns sem acreditar. O medo constante e as diferenças de personalidade entre os dois líderes adultos (um deles chamado Jack) levam lentamente a ruína da sociedade das crianças. Como o próprio livro coloca na contra capa “as crianças tem que enfrentar não só os defeitos de sua sociedade mas também de sua própria natureza”. Eu dou $10 pra quem, pela minha descrição, adivinhar qual série de TV se baseia descaradamente na história do livro. Mas como eu não quero perder $10, eu mesmo respondo: tá na cara que uma das inspirações pra Lost foi esse livro. O artigo da Wikipedia sobre Lost menciona que o livro influenciou a história da série desde o começo.
A maneira como o livro é escrita é, na verdade, bastante cansativa. Há longas passagem descrevendo a geografia da ilha, a vegetação, os montes, etc. Por ser um livro da década de 50, o inglês é um pouco diferente do que nos estamos acostumados, o que fez com que em alguns trechos eu não entendesse tudo que estava sendo dito. É um daqueles livros que você tem que aguentar as primeiras (e chatas) 50 ou 60 páginas, pra começar a ficar intrigado e ir até o fim. Quando no meio do livro eu percebi que eu estava praticamente lendo o roteiro do primeiro episódio de Lost, me animei mais.
O que eu aprendi na Wikipedia:
- Foi uma das influências pra Lost;
- É um dos livros clássicos da literatura inglesa pós-guerra, junto com Animal Farm (A revolução dos bichos) de Orwell e O apanhador no campo de centeio (The catcher in the rye) de Salinger – ambos entraram na nossa fila de livros;
- O título é uma referência ao termo Hebreu Belzebu, ou “deus das moscas”.
- Além de autor ganhador do prêmio Nobel de literatura, Golding também foi capitão da Marinha Imperial Britânica durante a Segunda Guerra.
Verdicto final: só se você estiver com muito saco.
Então, tem um filme bem ‘sessão da tarde’ sobre o filme – http://www.dvdpt.com/o/o_senhor_das_moscas.php
Valeu pela dica do filme, parece bem sessão da tarde mesmo. As críticas são até razoáveis (http://www.rottentomatoes.com/m/1028568-lord_of_the_flies/), vou alugar pra dar uma olhada. Você já assistiu? É legal?